sábado, 8 de novembro de 2008

Aí se você entendesse ... que queria um colo
Aí se você sentisse ... que minha vontade de estar é para descansar em teu corpo
Aí se você descobrisse ... que quero não dormir mas amar
Aí se você soubesse do meu olho brilhando, do meu cabelo enrolado, do meu batom vermelho

Aí se você entendesse ... que tempo é uma questão de acúmulo
Aí se você sentisse ... que a atração é de estar junto, de rolar no chão e na cama
Aí se você descobrisse ... que te amo mesmo que não consiga dormir
Aí se você soubesse dos meus braços trêmulos, das minhas unhas pintadas e do meu brinco de prata

Aí se você entendesse ... que o que falo é por sinceridade
Aí se você sentisse ... que a construção é diária e coletiva e que a resposta ao erro é a reflexão
Aí se você descobrisse ... que se pode amar, dormir e amar
Aí se você soubesse do meu coração batendo, das minhas pernas confusas e do meu vestido azul

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dizem que quem encontrou um amigo encontrou um tesouro. Por isso prefiro falar pelas analogias, segundo Rubem Alves, elas nos permitem falar sobre as coisas, relacionando a outras coisas.

Assim, somos amigo - irmão, não somos irmãos mas na analogia das relações o que menos importa é não termos o mesmo sangue...

Somos amigo - amantes, não somos namorados (às vezes até somos), mas nas analogia das relações o que menos importa é beijar na boca...

Somos amigo - parceiro, não estamos nos preparando para um assalto, mas na analogia das relações não querem ganhar algo fácil, queremos compartilhar tudo o que temos...

Enfim, somos amigos, cumplices, parceiros, amantes, irmãos, confidentes, SOMOS AMIGOS...

A todos os amigos, por quem guardo um lugar no coração reservado. Seja para aqueles que vejo todos os dias ou para aqueles que o tempo e o espaço nos separam, a felicidade dos dias, as coisas dos dias, das alegrias e tristezas dos dias, UM FELIZ DIA, AMIGO!

Dessa amiga aqui do outro lado!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A Rede ou A Roda na Misericórdia

Começar, Meiar, Findar, o que são essas coisas?

Aqui começa a história,
O Nascimento da Clínica,
Em terras de Vera Cruz, de São Salvador,
Das águas da Baia de Todos os Santos, de Iemanjá,
Das naus dos esquecidos, ou dos que,
Por vezes, por anos se quis esquecer.

O Claustro da Santa Casa,
As histórias de alcova,
Podem nos fazer lembrar que Vigiar e Punir,
Ou tratar, foram contínuos no mundo dos desvairados.

Os bem-feitores, seus beneméritos,
Suas pedras frias e firmes, seus baús,
Seu baldinho de cisterna, sua tecnologia,
Enfim, sua história, da Santa Casa de Misericórdia,
Com seus seis preceitos,
Liberdade, Concórdia, e aqueles que não me lembro,
Mas que disponibilizavam indulgências eternas até ao pior dos pecadores,
Aquele que negocia a vida do Outro.
Tudo ao nosso alcance, à nossa vista.

Nesse espaço convidamos à Rede.
Rede me lembra mar e mar basta apenas olhar pela janela,
Olhar para a Bárbara, para a Santa, pedir proteção e seguir.

No entre-lace de nossas vidas,
A Rede, a Educação, a Arte, a História, a Loucura.

Nilma Santos
Por ocasião da visita ao Museu da Misericórdia

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Lágrima

Contive

Hoje

Oprimido

Rasteiramente

Aquele

Rastilho de derramar a L

Á

G

R

I

M

A.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Citação


Pra quem jamais amou, eterna vontade
Pra quem ama, Felicidade!

Nestes momentos de crise (ou Contemplação)



Nestes momentos de crise
Me ame com os seus olhos
Como se nada mais que eles e eu existisse.

Me ame como o raio de sol,
depois da noite chuvosa,
Aquecendo meu ser com a sua luz

Me ame como o mar
que mesmo distante por toda
brincadeira infantil dos dias de férias
volta a beijar a areia num ritmo sincrônico e lento,
dizendo um ao outro o quanto se amam.

Me ame como as estrelas e a lua,
que mesmo recebendo os diversos nomes dados pelos humanos,
em seus momentos,
seguem com sua luz até que é chegada
a sua hora de doar-se ao infinito.

Me ame como a música
Que com sua melodia adentra os ouvidos,
suscitando as diferentes emoções e
mesmo quando esses ouvidos
já não escutam, adetram,
pelo corpo fazendo vibrar
todo o ser vivente.

Me ame como se meu corpo não fosse o fim,
me ame como se nossos sentidos não tivessem fim.
Perceba que mesmo no fim somos o Amor
e amar é um dom para todos os momentos.

Prazer


Ouvi seus passos...

Estão mais próximos...

Meu corpo começa a se movimentar mais depressa...

Quanta vontade de devorar cada parte...

Você se aproxima...

Não queremos falar

As mãos, os olhos, a pele falam da vontade louca

Fazem o que querem de nós

Sem pensamentos, sem palavras

Estamos ali, no limite da consciência

Entregues ao ato, ao prazer, ao instinto

Como seres humanos que somos

Vamos despindo-nos com a pressa adolescente

Numa mistura de hormônios

Como se fosse a última vez

Seus lábios tocam os meus

Minha pele transpira

Suas mãos se perdem

Meus braços te apertam

Estamos ali, entre a pressa e a calma

Entregue aos desmandos dos deuses

Já não temos roupa

Nem chão temos

Os sons são mais que duas notas de gritos

Mais que duas frases de dor

A cada vai-e-vem seu corpo me adentra

A cada contração uma dor e um amor

Amor? Não se pensava nisso

Prazer? Essa era a nossa razão

Somos um poço de sensações

Numa mudança de pernas,

A espera do gozo

Que chega sorrateiro e individual,

Quando chega!

Estou ali, querendo mais

Entrego você, cansado.

Minha Amada Doidivana

Do mundo dos teus olhos vem mais cores

Que todo o arco-íris possa dar, eu sei...

Das sombras do teu corpo vem mais luzes

Do que as luzes do universo a bailar pra mim

Eu sei que teus carinhos são bem mais, bem mais

Que qualquer mão sedosa no amor, eu sei,

Mas que no teu seio mais amores

Que vem zombar de uma paixão, de um ser tão teu

Sei por onde andas (dói-me o peito)

Sei com quem me enganas (me magoas demais)

Mais sei que quanto mais de mim caçoas

Quanto mais fere minh’alma

Mais me sinto preso a ti (mi amor)

E o amor, oh, minha amada Doidivana

Não é assim tão fácil de calar, eu sei

Mas dói saber, amada tropicana

Somente eu não estou afim de te explorar
Doidivana


(Gonzaga Jr.)